Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Rio de Janeiro – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7) que “ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão de negociação do mundo”. A declaração foi feita no encerramento da 17ª Cúpula de Líderes dos países do grupo, que se reuniram por dois dias no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro.
Questionado sobre negociações para que o comércio entre os países seja realizado em moedas locais, em vez do dólar americano, Lula afirmou que é muito difícil fazer as pessoas mudarem algo com que já estão acostumadas há muitas décadas, mas acrescentou que “o mundo precisa encontrar um jeito de que a nossa relação comercial não precise passar pelo dólar”.
“Ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão”, pontuou. “Obviamente, temos toda a responsabilidade de fazer isso com muito cuidado. Os nossos bancos centrais precisam discutir isso com os bancos centrais dos outros países, mas é uma coisa que não tem volta. Vai acontecendo aos poucos, até que seja consolidado”, completou.
A declaração de Lula veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar em uma rede social que poderá impor uma tarifa adicional de 10% a países alinhados às “políticas antiamericanas do Brics”. Em janeiro, Trump já havia ameaçado aplicar uma tarifa de 100% caso o bloco criasse uma moeda própria.
Lula classificou a postura do presidente norte-americano como irresponsável e desrespeitosa. “Sinceramente, eu nem acho que eu deveria comentar, porque eu não acho uma coisa muito responsável e séria o presidente da república de um país do tamanho dos Estados Unidos ficar ameaçando o mundo através da internet”, disse.
Entenda o Brics
O Brics é formado por 11 países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Essas nações representam 39% da economia mundial e 48,5% da população do planeta.
Os países com status de parceiros são Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Os parceiros não têm poder de voto.
Os países-membros se alternam anualmente na presidência do grupo. O Brasil será sucedido pela Índia em 2026. Com informações da Agência Brasil.
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