RIO DE JANEIRO – Só deu bandido na saída do Poze. Na tarde desta terça-feira, o funkeiro MC Poze do Rodo, investigado por apologia ao tráfico, lavagem de dinheiro e ligação com o Comando Vermelho, deixou o presídio em Bangu, na Zona Oeste do Rio, e transformou a porta da cadeia num verdadeiro desfile do crime.
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Bandidos do Rio inteiro desceram com peso para recepcionar o traficante fantasiado de artista. A frente do presídio foi tomada por criminosos de diversas comunidades, todos ligados ao tráfico de drogas, que chegaram em carros de luxo, motos potentes, soltando fogos e gritando palavras de ordem em apoio a Poze. A cena, registrada em vídeos que viralizaram nas redes sociais, escancarou a ousadia e a confiança da bandidagem.
A Polícia Civil já identificou integrantes do Comando Vermelho entre os presentes. Alguns dos homens que participaram da “festa” são alvos de investigações por homicídio, tráfico e associação criminosa. A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), responsável pela prisão de Poze, agora acompanha os desdobramentos da cena de exaltação ao crime.
Poze, que ficou poucos dias preso, foi liberado após decisão judicial, mas continua sendo investigado por fazer propaganda explícita para a facção em suas músicas. O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, classificou as canções do funkeiro como “instrumentos de recrutamento” para o tráfico.
A saída de Poze virou um ato político do crime, com direito a coreografia, gritos e demonstração de força na frente da unidade prisional. Para muitos, foi a prova de que a cultura da criminalidade venceu mais um round — agora, com aplausos e holofotes.
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