
Painel foi realizado na tarde desta sexta-feira (1º) – Foto: Lívia Nascimento
Volta Redonda – A força da indústria metalmecânica e a urgência de uma economia regional mais diversa e sustentável foram os temas centrais do painel Engrenagens do Movimento Sustentável, realizado na tarde desta sexta-feira (1º), primeiro dia da Expo VR 2025, na Ilha São João. A mesa reuniu representantes de instituições estratégicas para o desenvolvimento do Sul Fluminense, diante de uma plateia repleta de empresários, gestores públicos e empreendedores interessados em compreender as transformações do setor.
Participaram do painel Jairo Rodrigues Júnior, presidente do Metalsul; Paola Tenchini, coordenadora regional do Sebrae Rio; Maycon Abrantes, presidente da Aciap-VR; Bruno Paciello, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Barra Mansa; e Márcio Lins, diretor executivo da CSN.
Representando o setor empresarial local, Maycon Abrantes relembrou a importância histórica da metalurgia para a construção da identidade regional. “Metalurgia é o nosso berço. Nossa região só cresceu graças à siderurgia, por causa da industrialização do nosso país. Hoje, as inovações tecnológicas estão inerentes a qualquer atividade, principalmente nas grandes indústrias”, afirmou. Ele ressaltou a necessidade de ampliar a visão sobre sustentabilidade, incluindo diferentes segmentos na cadeia produtiva.
“Precisamos pensar em toda uma cadeia econômica, que inclua toda a comunidade dentro desse processo de sustentabilidade industrial, porque precisamos fortalecer nossa rede de saúde, comercial, educacional e turística para que nossa região continue pulsante. O objetivo do encontro é abrir toda essa discussão, de falar sobre a sustentabilidade da indústria e inclusão de todos esses setores”, completou.
Presidente do Metalsul, Jairo Rodrigues Júnior valorizou a participação de representantes de diversos municípios fluminenses no encontro, interessados em discutir o papel da sustentabilidade no futuro industrial da região. Ele destacou a relevância da infraestrutura logística do Sul Fluminense como atrativo para novos investimentos, mencionando os modais rodoviário e marítimo como diferenciais estratégicos. Jairo também reforçou o compromisso da indústria metalmecânica com práticas sustentáveis, apontando o reaproveitamento integral dos materiais produzidos pela siderurgia.
Bruno Paciello destacou que o foco da Companhia de Desenvolvimento de Barra Mansa está diretamente ligado à construção de um modelo econômico sustentável. Ele explicou que a malha ferroviária é um diferencial competitivo da cidade, especialmente quando se considera o parque industrial local, com área de 700 mil metros quadrados e conexão direta com esse modal. Ele afirmou que essa estrutura é essencial para que a Companhia avance em seu plano de redução de 30% na emissão de carbono, objetivo alinhado à promoção do desenvolvimento econômico aliado à preservação das comunidades vizinhas.
Diretor executivo da CSN, Márcio Lins trouxe ao debate a preocupação com os impactos do “tarifaço” aplicado pelos Estados Unidos ao setor siderúrgico brasileiro. Para ele, o país ainda carece de uma estratégia eficiente de defesa comercial diante das novas barreiras internacionais.
“O Brasil não está tão bem preparado quanto outros países para se defender contra as tarifas dos Estados Unidos. O tarifaço é uma barreira para a siderurgia brasileira, sobretudo CSN. Precisamos redirecionar nossas vendas para mercados de outros países. Esse é um dos focos da CSN para se preparar para as consequências das novas tributações estadunidenses”, afirmou.
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