ROMA – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, capital da Itália, após ter sido denunciada por um parlamentar italiano. O Ministério da Justiça do Brasil confirmou a prisão, que ocorreu meses depois de Zambelli fugir do país para escapar de uma condenação de 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Zambelli é uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecida por sua postura radical, discursos inflamados nas redes sociais e ataques ao Judiciário. Sua prisão é um dos episódios mais simbólicos da atual ofensiva institucional contra os envolvidos nos ataques antidemocráticos e crimes cibernéticos ligados ao bolsonarismo.
A deputada foi condenada pelo STF por envolvimento na invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em janeiro de 2023, em parceria com o hacker Walter Delgatti, também preso. A Corte também determinou a perda de seu mandato parlamentar, o que ainda será analisado pela Câmara dos Deputados.
Após a condenação, Zambelli fugiu do Brasil em maio, passando pelos Estados Unidos antes de se fixar na Itália, onde possui cidadania italiana. Seu nome já constava na lista de procurados da Interpol, e o governo brasileiro havia solicitado sua extradição oficial.
O deputado italiano Angelo Bonelli, conhecido por sua atuação em defesa da democracia, afirmou ter informado o paradeiro de Zambelli às autoridades italianas. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia”, publicou ele em sua conta na rede X.
Zambelli foi uma das vozes mais estridentes da extrema direita no Congresso. Chegou a empunhar uma arma nas ruas de São Paulo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022 e foi uma figura-chave na articulação do discurso de fraude eleitoral. Sua trajetória é marcada por polêmicas, ataques às instituições e um discurso de confronto permanente com o Judiciário e a imprensa.
Com a prisão na Itália, a Justiça do país decidirá se a deputada será extraditada, mantida em cárcere ou colocada em prisão domiciliar, o que pode levar semanas ou até meses. Ainda não há previsão para sua volta ao Brasil.
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