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Muvvuca: um projeto criado por duas jovens pretas campistas, estudantes de universidades públicas na cidade, com o intuito de levar arte e cultura a cada vez mais pessoas. Uma comunidade de curadoria e acolhimento de artistas independentes, com o objetivo de exaltar múltiplas expressões culturais.
Uma produção independente, que nasce em 2023, a partir do desenvolvimento de um artigo das universitárias Clarice Chagas (UFF) e Maria Luísa da Hora (UENF). Um coletivo que tem na sua essência articular a reconstrução da identidade e autoestima cultural local.
Um trabalho que se firmou, tornou-se um perfil engajado com a cultura popular nas redes sociais e dois anos depois do seu surgimento, se prepara para alçar voos maiores. Em 2 de agosto, Clarice e Maria Luísa vão apresentar a pesquisa na XV Reunião de Antropologia do Mercosul, em Salvador.
O projeto é pautado na importância de uma cultura múltipla e participativa para a identidade. “Mvúka, de origem banta e língua quicongo, significa aglomeração ruidosa de pessoas como forma de lazer e celebração. Agrupamento ruidoso de pessoas que estão se divertindo, geralmente composto por jovens que se juntam para conversar em locais abertos, públicos, restaurantes, bares ou por lazer; agito”, diz o texto produzido por Clarice Chagas e Maria Luisa da Hora.
“Observando o território de Campos dos Goytacazes, percebemos a dificuldade de acesso e consumo da cultura afro diaspórica e underground, e entendendo a importância de reconstruir uma cultura que seja autêntica a partir da consciência da memória para um futuro de identidade cultural que não seja alienada, a MUVVUCA busca então, facilitar e viabilizar o acesso a diferentes formas de expressões culturais”, dizem as estudantes no trabalho.
O campo de observação dos estudos é bem delimitado: festas de entrada gratuita ou baixo custo, que movimentam a cena underground, com público majoritariamente constituído por pessoas negras, periféricas e LGBTQIA+ .
“No artigo “MUVVUCA – Etnografia do Front” observamos que Campos dos
tem sua cultura historicamente composta pela herança dos escravizados e povos originários, porém, refém de um genocídio cultural, e percebemos a dificuldade do acesso à cultura contra hegemônica da população de forma mais ampla”, complementa o trabalho.
Uma produção independente, de duas jovens universitárias negras campistas, que agora vai reverberar em outra ponta do país, chegal à capital da Bahia. Clarice e Maria Luisa viajam na próxima sexta-feira (1º), para levar o nome de Campos á 15º edição da Reunião de Antropologia do Mercosul.
O congresso acontece entre os dias 4 e 8 de agosto. na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. A apresentação das estudantes campistas acontece no dia 6. Uma campanha vem ganhando as redes sociais neste último mês, para ajudar às meninas com o custo da viagem. Para quem se interessar, as doações pode, ser feitas via pix através da chave muvvuca.contato@gmail.com.
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