CABO FRIO – O fim de semana político na Região dos Lagos foi tudo, menos discreto. Enquanto parte dos aliados do governo do estado planejava os próximos passos ao lado de Cláudio Castro (PL), outra cena, mais subterrânea e simbólica, se desenrolava em um escritório modesto de Araruama: o reencontro da velha política com seus próprios fantasmas — e com novos rostos dispostos a tudo por um espaço ao sol.
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Em meio ao que muitos classificaram como “a reunião do fracasso”, Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio e pré-candidato ao governo do estado, recebeu figuras conhecidas do eleitorado… pelas derrotas acumuladas. No centro da mesa, Aquiles Barreto, aquele que já tentou ser de tudo em Cabo Frio e só conseguiu ser lembrado pelas eleições que perdeu. E ao seu lado, quem diria, o vice-prefeito Miguel Alencar (UNIÃO BRASIL).
Miguel chegou como quem não quer ser notado, mas deseja ser visto. Tentou o anonimato político, mas esqueceu que no teatro da política fluminense, os bastidores têm holofotes mais potentes que o palco. O vice, que ainda ocupa cadeira ao lado do prefeito Dr. Serginho (PL), compareceu ao encontro sem aviso, sem benção, sem cautela — e foi flagrado em foto entregue de bandeja por Aquiles, seu anfitrião desastrado.
A imagem viralizou como pólvora no palheiro. Nela, Miguel entrega a Eduardo Paes um livro sobre a história de Cabo Frio e da Câmara Municipal — uma cortesia institucional que, nas entrelinhas, soou como um gesto de rendição. Como se dissesse: “Estou pronto para mudar de barco, desde que ele me leve adiante”.
Durante a conversa, Paes foi direto ao ponto: convidou Miguel para coordenar sua campanha em Cabo Frio. O vice sorriu. Aquele sorriso que não confirma nem nega — apenas deixa no ar o cheiro da ambiguidade.
A verdade é que Miguel tenta, há tempos, agradar a todos os santos. Acende vela para o governo estadual de Cláudio Castro, do qual seu próprio governo local faz parte, mas já circula entre os apóstolos da oposição, como se fosse possível servir a dois senhores sem um dia ter que escolher.
A traição ainda não foi consumada — mas o cheiro do farelo já impregna o ambiente. A cena foi simbólica, o gesto foi calculado, e o silêncio de Dr. Serginho fala alto demais para ser ignorado. Resta saber se Miguel vai recuar ou se seguirá firmando aliança com quem há tempos trabalha para minar o governo ao qual ele ainda jura lealdade.
Porque em política, quem pisa em duas canoas corre o risco de cair no lamaçal. E quem se junta com derrotados, acaba aprendendo a perder antes mesmo da eleição começar.
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O post Miguel Alencar entre santos e farelos: o vice de Cabo Frio e a vela acesa na encruzilhada apareceu primeiro em Rlagos Notícias.