Sul Fluminense – Quando se fala em maternidade, ainda existe uma ideia romantizada e, muitas vezes, limitada ao ato de gerar. Mas a vida, e o amor, são muito mais amplos do que isso. A maternidade por adoção vem, com delicadeza e força, para mostrar que mãe é quem cuida, quem escolhe todos os dias estar ali, quem constrói vínculos com presença, afeto e coragem.
Essa forma de ser mãe é tão legítima quanto qualquer outra. E, mais do que isso, é uma escolha de amor. Não é sobre falta, é sobre presença. Não é sobre sangue, é sobre laço. E não há nada mais poderoso do que um laço construído com verdade.
No cotidiano, mães por adoção enfrentam desafios muito parecidos com os de qualquer mãe: noites mal dormidas, birras, escola, comida, bagunça e um amor imenso que cabe nos detalhes mais simples. Mas também convivem com a necessidade de reafirmar, para o mundo (e às vezes para si mesmas), que o vínculo que têm com seus filhos é tão real e profundo quanto qualquer outro.
Selma, mãe por adoção, compartilhou com o Diário Delas um pouco de como a maternidade por adoção a ensinou sobre o amor, e como foi para ela perceber que ser mãe vai muito além de gerar, é sobre escolher, acolher e construir um vínculo para a vida toda
“A maternidade por adoção me ensinou que amar é uma decisão. A gente decide todos os dias, a gente renova todos os dias. Adoção é constituir família. É trazer a criança para dentro. A gestação do coração é de fora pra dentro! Diferente da gestação biológica. Adoção é uma via de mão dupla. A gente também precisa ser ‘adotada’, precisa ser ‘aceita’ pelo filho.”
O depoimento de Selma carrega verdades profundas. A maternidade adotiva exige entrega, escuta e respeito ao tempo do outro. É um caminho de construção mútua, onde mãe e filho se reconhecem com o passar dos dias, aprendem a linguagem do amor do seu próprio jeito, e criam juntos uma história que não precisa de explicação, só de vivência.
Desmistificar essa maternidade é também reconhecer o quanto ela é potente. Não existe um “tipo ideal” de mãe. Existe afeto, constância, acolhimento. Existe aquele “vem cá” no meio do choro, o colo depois de um dia difícil, o abraço que acalma, a conversa no fim do dia.
Ser mãe por adoção é olhar para uma criança e dizer, com o coração inteiro: “você é meu mundo, porque eu te escolhi para estar nele.”
E isso basta.
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