Juíza que tornou Oruam réu teve marido policial morto por traficantes do CV, segundo investigação

RIO DE JANEIRO – A juíza Tula Corrêa de Mello, da 3ª Vara Criminal, responsável por aceitar a denúncia que tornou o rapper Oruam réu por tentativa de homicídio qualificada contra policiais civis, vive um drama pessoal que se entrelaça com o caso. No início do ano, seu marido, o policial João Pedro Marquini, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi executado por traficantes do Comando Vermelho, segundo as investigações da Polícia Civil.

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O atentado ocorreu em março, na Grota Funda, Zona Oeste, quando João Pedro foi surpreendido por criminosos que retornavam de um ataque a rivais na comunidade do Antares, em Santa Cruz. A juíza seguia em outro carro blindado logo atrás, escapando ilesa. Segundo apuração, os bandidos queriam roubar os veículos do casal, para disfarçar as marcas de tiro do confronto anterior.

Em redes sociais, Tula lamentou a perda e classificou a morte do marido como um ato de “crueldade indescritível”. “Como suportar ver seu amor ir embora, sem chance de despedida?”, escreveu a magistrada, que enfrenta a dor da viuvez enquanto segue julgando casos de alta periculosidade.

Na ação que culminou na denúncia aceita por Tula, Oruam – filho de Marcinho VP, um dos chefes do CV – e comparsas lançaram pedras de até 4,85 kg contra policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), durante o cumprimento de um mandado na casa do artista, no bairro do Joá. O MP afirma que os réus assumiram o risco de matar os agentes, caracterizando dolo eventual.

Oruam já vinha respondendo a outros 7 crimes como: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. Essa é a 1ª vez que o artista se torna réu pelo episódio — e Tula ainda expediu um novo mandado de prisão preventiva por isso.

O MPRJ afirma que os réus agiram com dolo eventual, assumindo o risco de matar os agentes, destacando que as pedras lançadas pesavam até 4,85 kg, com capacidade de causar ferimentos letais aos policiais.

Além dessa acusação, Oruam já responde por outros sete crimes, incluindo tráfico, associação ao tráfico, resistência, desacato e lesão corporal. Com a nova denúncia, a juíza expediu mandado de prisão preventiva contra ele.

O episódio marca a primeira vez que o rapper se torna réu por tentativa de homicídio, agravando ainda mais sua situação judicial. A juíza, por sua vez, segue firme, mesmo após perder o companheiro em uma guerra urbana que parece não ter fim.

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