
INB está sediada em Resende para produção do combustível das usinas nucleares (Foto: Divulgação)
Resende – Nos últimos dias, circularam em redes sociais, especialmente na plataforma X (antigo Twitter), rumores de que o Brasil teria vendido urânio ao Irã, em meio ao atual cenário internacional de tensão envolvendo o país persa. As publicações, sem qualquer comprovação, levantam hipóteses sobre navios iranianos em território nacional com o suposto objetivo de buscar material para uso em um programa nuclear.
Procurada pelo DIÁRIO DO VALE nesta segunda-feira (16), a INB (Indústrias Nucleares do Brasil) negou de forma categórica qualquer relação comercial com o Irã. “Fake News”, afirmou Iuri Simões, gerente de Comunicação Institucional da estatal.
Segundo ele, a INB não tem qualquer negócio com o Irã e jamais teve. A empresa é autorizada apenas a produzir urânio para fins pacíficos — mais especificamente, para a geração de energia elétrica — e suas atividades são rigorosamente fiscalizadas por órgãos reguladores brasileiros, como a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Exportações seguem protocolos
Iuri Simões explicou que a INB já realizou exportações no passado e tem previsão de realizar novas operações no segundo semestre de 2025. No entanto, trata-se do envio de yellowcake (concentrado de urânio) para a Rússia, onde o material passa por uma etapa de conversão em gás. Esse gás, posteriormente, é reenviado ao Brasil, onde é enriquecido na unidade de Resende e transformado em elemento combustível destinado às usinas nucleares de Angra dos Reis.
Monitoramento internacional
O Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e suas atividades nucleares estão sob a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Além disso, o país não enriquece urânio em níveis que permitam uso militar. Todo o ciclo do combustível nuclear nacional é voltado ao abastecimento da matriz energética, especialmente as usinas Angra 1 e 2.
Qualquer movimentação de material nuclear exige aprovação e acompanhamento de múltiplas instâncias governamentais, como os ministérios da Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores e da Defesa, além da CNEN e do IBAMA.
O post INB desmente boatos sobre venda de urânio ao Irã: “Fake News” apareceu primeiro em Diário do Vale.