EUA – Os Estados Unidos oficializaram nesta quarta-feira (30) a aplicação de tarifas de 50% a produtos de origem brasileira. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, entrará em vigor no dia 6 de agosto e afeta itens como carne bovina, café, frutas frescas e mel. Por outro lado, uma lista extensa de exceções — 694 ao todo — ameniza o impacto da medida, incluindo setores estratégicos para a balança comercial brasileira.
Entre os produtos que escaparam da taxação estão o aço e seus derivados, item central da pauta de exportações brasileiras para os EUA. O setor, que nos últimos anos enfrentou sucessivos embargos e sobretaxas, desta vez ficou de fora da lista tarifária, o que favorece a indústria brasileira do metal.
No agronegócio, o suco de laranja — tanto o congelado concentrado (FCOJ) quanto o natural não concentrado (NFC) — também foi excluído da nova taxação. O Brasil é o principal fornecedor mundial do produto, com embarques de mais de 300 mil toneladas ao mercado norte-americano entre julho de 2024 e junho de 2025, segundo a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos). Cada tonelada já sofre uma tarifa de US$ 415 no desembarque nos EUA, o que torna a exclusão de uma nova cobrança especialmente relevante.
Ainda no campo das exceções, foram retirados da lista de sobretaxação itens como castanhas brasileiras (incluindo castanha-do-pará, de baru, de caju etc), produtos florestais (como celulose de fibras diversas, madeira e polpas) e uma série de fertilizantes, tanto orgânicos quanto minerais. Entre os adubos isentos, por exemplo, estão compostos com NPK, fósforo, potássio, além de óxidos e cloretos de metais como alumínio e estanho.
Embora represente um gesto protecionista com impacto sobre diversos segmentos do agronegócio brasileiro, a medida de Trump foi calibrada para evitar conflitos com cadeias produtivas integradas ou setores onde há interdependência comercial. O anexo I da ordem executiva, que pode ser acessada no site da Casa Branca, detalha todas as exceções
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