Dia Mundial da Bicicleta: Saúde em duas rodas

Redação
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Atletas apontam que um dos maiores benefícios de pedalar é a saúde física e mental. (Foto: Divulgação)

Sul Fluminense – Grande parte das pessoas sonhou na infância em ter e aprender a andar de bicicleta, é quase como um consenso geral. No Sul Fluminense, algumas pessoas não ficaram só no imaginativo e nesta terça-feira (3), Dia Mundial da Bicicleta, vamos mostrar essas pessoas que colocaram em prática esse desejo e, atualmente, se destacam no ciclismo.

Observar a paisagem, melhorar o físico e o psicológico e praticar atividade física são qualidades já conhecidas na pedalagem, mas para Thiago Darc, de 39 anos, atleta de Barra Mansa há oito anos, as motivações foram outras: ajudar um amigo a alcançar um objetivo. Darc conta que começou a acompanhar o amigo que queria emagrecer, inicialmente apenas como um incentivo, até adquirir gosto pelo esporte e começar a se dedicar.

“Hoje o esporte é fundamental pra minha vida e pra minha saúde. Quando comecei, percebi que precisava me dedicar aos treinos e à alimentação se quisesse evoluir, e isso que fiz: me dediquei. Foi muito importante, e rapidamente, focado, evoluí muito. Foi uma mudança maravilhosa, na qual perdi 15 quilos. Assim, me tornei muito mais saudável e disposto no meu dia a dia!”, afirmou o atleta, que já conquistou diversos destaques em torneios de ciclismo. O mais recente foi no último final de semana, 31 de maio e 1° de junho, com o 1º lugar na categoria Team A, na competição Big biker, em Minas Gerais.

Em muitos casos, o esporte pode mudar realidades. Foi o que aconteceu com Laine Nunes, de 53 anos, que há dez anos não se imaginava conquistando tantos pódios pelo ciclismo. Segundo ela, pedalar não era uma de suas atividades preferidas. A atleta, que se dedica a competições há seis anos, afirmou que detestava pedalar e que só começou por insistência de amigos.
“Hoje, meus treinos são voltados para competição. Sou tetracampeã do Desafio da Natureza, tricampeã do Big Biker, vice-campeã do Iron Biker e vice-campeã do ranking estadual de 2023”, disse ela, que, apesar da vida intensa no esporte, também contou que gosta de usar a bicicleta de maneira descontraída em seu tempo livre, para passear com sua família.

E não existe tempo certo para adquirir o hábito de começar novas práticas. Um bom exemplo disso é Beto Bhering, de 62 anos, que em grande parte da vida praticou futebol, exercício que de nada se parece com o ciclismo, talvez apenas o fato de que a bola, utilizada no futebol, e as rodas de uma bicicleta são arredondadas. Mas a distância entre os esportes não assustou Beto, que já tinha se aventurado em outras formas de atividade na bicicleta enquanto frequentava academia.

Bicicleta ergométrica e aula de Spinning (atividade com bicicletas paradas no chão, com variações de velocidade e peso da pedalada) foram os primeiros passos de Bhering, porém quando se mudou de bairro fez novas adaptações e resolveu comprar uma bicicleta e circular pela região.

“O impacto em minha vida foi muito abrangente, pois a prática deste esporte proporciona muitas possibilidades. É um esporte de longevidade, onde até mesmo quem tem problemas ortopédicos graves consegue praticar. Vivemos num mundo de muitos desafios e a bike me ajuda, além de manter minha saúde em dia, com bom condicionamento cardiovascular, também me estimula a manter uma boa saúde física e mental”. Beto já teve uma greve lesão no joelho nos anos 2000, mas há 17 anos pratica ciclismo que o ajudou a superar a lesão, podendo participar de várias competições, entre elas a Brasil Ride.

Há quem começou a praticar o esporte recentemente, outros que praticam há tempo suficiente para não serem novatos, mas ainda não têm experiência para serem considerados veteranos, e alguns que praticam há mais da metade da vida. Vinicius de Azevedo, de 39 anos, pedala há 28 anos e já teve a experiência de participar de competições nacionais e internacionais. Atualmente, ele não segue o ritmo de um atleta em atuação, mas mostrou que ainda está em forma ao conquistar o título na categoria de duplas, ao lado do atleta Gustavo Colombiano, no último domingo (1°), após três dias de competição na Copa Sertões em Campos do Jordão.

“Hoje quase não participo mais de competições. Já corri no Campeonato Mundial, no Canadá; já fui campeão paulista de Cross Country, em 2018; campeão do Big Biker, entre outras conquistas”.

 

Bicicleta além do esporte

Não é só em locais ao ar livre que se encontram bicicletas. Se observarmos com atenção, em alguns ambientes internos a “bike” marca presença, seja entulhada em garagens de residências ou como uma boa opção para exercícios aeróbicos em academias.

A educadora física e proprietária da academia Team Souza, em Volta Redonda, Críssila de Souza, de 37 anos, pode falar com propriedade sobre o assunto. No centro de treinamento da Cris, as bicicletas estão entre os equipamentos disponíveis, e ela entende bem a importância das “bikes”, explicando o objetivo delas na prática de exercícios físicos.

“A bicicleta ergométrica é um equipamento de treinamento físico que visa melhorar a resistência cardiovascular, aumentar a força muscular e queimar calorias. As aulas de spinning são uma forma de treinamento de ciclismo indoor que tem o mesmo objetivo: melhorar a resistência cardiovascular, aumentar a força muscular e queimar calorias, além de promover a motivação e o engajamento”.

Ela ainda diz que a utilização da bicicleta vai além do físico. “Essas atividades podem ajudar a melhorar a autoestima, aumentar a confiança e promover uma sensação de realização”.

 

No esporte, nas academias e nas ruas

O Brasil parece ter um cenário promissor para as bicicletas: até 2021, mais de 33 milhões delas circulavam pelas ruas, segundo a pesquisadora Glaucia Pereira, da Multiplicidade Mobilidade Urbana. Mesmo assim, 54,1% dos municípios brasileiros não têm ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas, de acordo com o IBGE.

O uso de bicicletas compartilhadas, como as oferecidas pela Tembici, já ajuda a aliviar o trânsito. Porém, a insegurança ainda afasta muitos ciclistas: 36% deles dizem não se sentir seguros em pedalar nas capitais.

Mas se a segurança pode preocupar, talvez o potencial ambiental pode impressionar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transportes representam 24% das emissões globais de gases de efeito estufa. Assim, o ciclismo tradicional, sem motor, surge como uma alternativa sustentável que não polui.

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