RIO DE JANEIRO – O ex-secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB), poderá ser alvo de um pedido de condução coercitiva para comparecer à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A possibilidade foi levantada pelo deputado estadual Professor Josemar (PSOL), autor de um dos requerimentos de convocação aprovados pela Casa ainda enquanto Reis ocupava o cargo.
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Segundo Josemar, a exoneração do ex-secretário, assinada por Rodrigo Bacellar (União Brasil) na última quinta-feira (3), não invalida o requerimento aprovado no plenário da Alerj. “Washington Reis terá que vir à Casa Legislativa, nem que seja de forma coercitiva. A exoneração faz parte de uma disputa eleitoreira e não está acima da decisão desta Casa”, afirmou o parlamentar.
Entre os temas que Josemar pretende cobrar está o anúncio de redução da tarifa do Metrô para R$ 4,70, feito por Reis em maio, sem apresentar mecanismos de viabilidade financeira. Pouco tempo depois, a tarifa sofreu aumento, passando de R$ 7,50 para R$ 7,90. O deputado também cita o fato de o então secretário ignorar a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que indicava a redução da passagem para R$ 5,80.
“O povo do Rio de Janeiro paga a passagem mais cara do Brasil. Isso precisa ser explicado”, disse Josemar.
Outro ponto de cobrança é a atuação do Detro-RJ. O deputado acusa o órgão de promover perseguição aos trabalhadores do transporte alternativo, além da falta de fiscalização adequada nas linhas regulares. A convocação aprovada pela Alerj também inclui o presidente do Detro, Leonardo de Lima Matias.
Para Josemar, a convocação de autoridades mesmo após deixarem os cargos é prática comum. “Ex-ministros e ex-secretários vão a CPIs e comissões explicar seus atos. Washington Reis não será exceção”, disse. “A Alerj precisa ter coragem de fazer valer sua função fiscalizadora”, completou.
Washington Reis foi exonerado durante a ausência do governador Cláudio Castro (PL), que viajava para participar do Fórum Jurídico de Lisboa. A decisão foi assinada por Bacellar, então governador em exercício. Reis declarou que aguardaria o retorno de Castro para entender sua situação no governo. Até o momento, o governador não se manifestou publicamente sobre o caso.
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