De Cabixi para a transformação: Adenise e o cuidado com a saúde mental

Redação
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Cabixi-RO, interior de Rondônia, foi palco de uma transformação silenciosa, mas profunda, na forma como enxergava a saúde mental no sistema público. Por trás dessa mudança, está Adenise de Souza de Oliveira, Psicóloga e Coordenadora do Núcleo Psicológico, atuou na saúde pública com uma escuta qualificada, sensibilidade social e gestão estratégica. Com uma trajetória marcada pelo compromisso com a saúde coletiva, Adenise liderou programas e serviços que impactaram diretamente a vida de centenas de pessoas — na prevenção da depressão e suicídio à reorganização do cuidado em saúde mental.

Sua atuação ganhou visibilidade com a consolidação do Grupo de Apoio Emocional (GAE), iniciativa voltada à escuta e apoio a pessoas em sofrimento psíquico, muitas delas em situação de vulnerabilidade social. O grupo, criado dentro da Unidade Básica de Saúde onde atuava, virou referência em acolhimento e cuidado integral. “A ideia era criar um espaço seguro para a busca ativa, orientação e encaminhar para os possíveis profissionais específicos (Psiquiatra, Neurologista, cardiologista, clínico geral etc.), para Alívio imediato da angústia, dor e sofrimento. Onde muitas vezes um único encontro em grupo com o acolhimento, trouxe alívio ao paciente que conseguiu falar sobre sua dor”, relata Adenise.

 

Adenise de Souza (Foto: Divulgação)

Com espírito propositivo e uma visão integrada da saúde, Adenise também esteve à frente da implementação do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, vinculado ao INCA. Na ocasião, estruturou grupos terapêuticos, formou equipes, elaborou fluxogramas e criou uma rede de apoio que extrapolou os muros da UBS. Conseguindo expandir toda estrutura de atendimento para outras unidades básicas de Saúde nos distritos de cabixi. “Falar sobre saúde mental é o tabagismo é falar sobre vícios, hábitos, afeto, sofrimento. Enxergar o ser humano por trás do comportamento era o ponto de partida”, explica.

Sua atuação foi além da clínica. Em articulação com Escolas, Igrejas, conselhos tutelares e movimentos sociais, Adenise se tornou uma figura-chave na construção de políticas públicas de saúde com base no território. Participou de conferências municipais, desenvolveu projetos voltados à juventude e se engajou ativamente nas campanhas sobre saúde mental englobando desde ansiedade, depressão e suicídio. Ajudava os agentes comunitários de saúde e suas demandas, pois eram os profissionais que estavam dia a dia e de casa em casa de cada pessoa possível que necessitava de apoio Psicológico. “Mais do que fazer campanhas, é preciso transformar o modo como se fala de saúde mental nas famílias e nas instituições”, defende.

Com o tempo, a psicóloga também passou a atuar como palestrante e facilitadora de processos formativos para profissionais da saúde e da educação. Seus eventos reuniam agentes comunitários, professores, enfermeiros e gestores em torno de temas como escuta ativa, sofrimento psíquico e estratégias de acolhimento. “A formação continuada era uma forma de cuidar de quem cuida”, resume.

Após encerrar sua jornada no serviço público, Adenise fundou seu próprio espaço de atendimento clínico, onde continua promovendo o cuidado psicológico com ética, sensibilidade e responsabilidade social. Sua história é prova de que saúde mental na rede pública é possível — e necessária. “Eu sigo acreditando que cada pessoa acolhida com empatia se torna um elo a mais na cadeia da transformação social”, conclui.

Por Emiliano Macedo – Jornalista

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