QUEIMADOS – A história política costuma punir os ingênuos com mais crueldade do que os desonestos. E Zaqueu Teixeira, ex-deputado estadual e atual vice-prefeito de Queimados, parece ter aprendido essa lição da forma mais amarga possível: pelas mãos de quem ajudou a eleger. Prometido como o nome da sucessão por Glauco Kaiser, Zaqueu acreditou no pacto verbal, nas palavras ditas entre apertos de mão e sorrisos de conveniência. Mas esqueceu que, na política fluminense, promessas valem tanto quanto o vento que as carrega.
A traição veio em dose dupla: não só foi preterido, como ainda viu a primeira-dama, Cristiane Kaiser, ser ungida candidata no lugar que julgava já ser seu por direito. Era o início da guerra fria em Queimados. Sem alarde, sem nota oficial, sem rompimento declarado — mas com gestos públicos de uma ruptura irreversível.
A principal arma de Zaqueu foi o silêncio acompanhado da tesoura. Literalmente. O vice-prefeito começou a “cortar” Cristiane das fotos, apagar a primeira-dama dos registros institucionais e dos eventos políticos como quem risca o nome de um traidor do caderno de alianças. E assim, inaugurou a era da corta da foto, um símbolo da guerra velada que hoje divide o poder municipal.
Nos bastidores, a animosidade é explícita. Zaqueu evita Cristiane até em eventos públicos, recusa-se a compartilhar o mesmo espaço, e confidenciou a aliados que “nem em retrato quer estar com ela”. O vice-prefeito que já sonhou em ser governador, hoje se vê reduzido ao papel de sombra inconveniente — aquele que só serviu para garantir votos e agora é descartado como material de campanha vencido.
Glauco Kaiser, por sua vez, segue o script conhecido de prefeitos que transformam a máquina pública em feudo familiar. Cristiane é a aposta do clã para manter o controle do município e blindar eventuais investigações, contratos e interesses. Zaqueu virou um obstáculo — e como todo obstáculo, precisa ser silenciado ou destruído.
A política de Queimados caminha para um racha que pode redesenhar o mapa eleitoral da Baixada Fluminense. E se a voz de Zaqueu Teixeira ainda não grita em público, seu silêncio tem se tornado um grito estrondoso nos bastidores. Cortar a primeira-dama das fotos é só o primeiro passo; o próximo pode ser cortá-la das urnas.
Porque, em Queimados, a traição não é apenas um ato — é um método de governo. E quem dorme com o inimigo, acorda apagado da história.
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