
O grupo, formado por artistas com deficiência intelectual, autismo e síndrome de Down, apresentou o espetáculo Coisas Nossas: da África ao Brasil (Foto: Alice Couto)
Volta Redonda – A tarde deste sábado (2) na Vila Cultural da Expo VR foi marcada pela apresentação emocionante da Companhia Milonga, da APAE Rio, localizada na Tijuca, bairro da capital fluminense. O grupo, formado por artistas com deficiência intelectual, autismo e síndrome de Down, apresentou o espetáculo Coisas Nossas: da África ao Brasil, que une dança e teatro para celebrar as raízes africanas presentes na cultura brasileira.
“O Milonga é a Companhia de Arte Inclusiva da APAE Rio composta por pessoas com deficiência, seja intelectual, autismo ou síndrome de Down. São 11 integrantes no espetáculo Coisas Nossas: da África ao Brasil, que é um espetáculo de dança e teatro que fala sobre a matriz africana e nossas raízes na África e a herança africana no Brasil”, explicou Beatriz Carvalho, auxiliar de comunicação da instituição.
Com forte apelo visual e artístico, o espetáculo alterna cenas teatrais com coreografias envolventes. Criado por Kaio Ventura e Thais Tomaz, o trabalho já passou por várias remontagens, mantendo como fio condutor a valorização da cultura afro-brasileira. “É uma história fictícia, mas que tem tudo a ver com o contexto aqui do Brasil e é um espetáculo que envolve dança e teatro. Então tem atuação, mas principalmente a dança das meninas e dos meninos. A gente tem um grupo bem diversificado. Eles são verdadeiros artistas. O espetáculo é lindo”, acrescentou Beatriz.
A Cia Milonga integra o Programa de Inclusão e Ascensão pelo Trabalho, Emprego e Renda, da APAE Rio, que busca capacitar e inserir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, inclusive por meio da arte. Os integrantes recebem cachês pelas apresentações, o que fortalece sua autonomia e protagonismo.
“A Cia Inclusiva de Arte Contemporânea Milonga faz parte do Programa de Inclusão e Ascensão pelo Trabalho, Emprego e Renda e o objetivo da Companhia é profissionalizar, através da arte, pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Além de fortalecer os vínculos com a comunidade e com a família, pensando no protagonismo e na inclusão social”, reforçou Janaína Candeias, coordenadora de assistência social da APAE Rio.
Ana Carolina, atriz da companhia e pessoa com autismo, falou sobre a importância de estar no palco da Expo VR. “É uma experiência muito diferente. É muito importante essa visibilidade de poder mostrar o que a gente sabe fazer, porque muitos aqui não teriam palco em outros lugares, outros eventos não abririam as portas para a gente assim como muitos já não abriram. É muito importante para nós esse espaço, para podermos nos expressar e mostrarmos o que sabemos. Não estamos trazendo só arte, mas também uma história que precisa ser contada, que é a história negra. Então é representatividade em todos os sentidos”.
Triagem neonatal: um trabalho essencial da APAE Rio
Além de promover arte e inclusão, a APAE Rio também é referência em saúde pública. Em julho, o DIÁRIO DO VALE visitou o laboratório da instituição, no Rio, para acompanhar de perto a triagem neonatal biológica, conhecida como Teste do Pezinho. O exame, obrigatório e gratuito pelo SUS, é feito a partir de uma pequena amostra de sangue coletada do calcanhar do recém-nascido e permite identificar doenças genéticas e metabólicas que, se não tratadas precocemente, podem comprometer o desenvolvimento da criança.
Bebês nascidos na rede pública são testados entre o 3º e 5º dia de vida, ainda nas maternidades. Já os nascidos na rede privada são encaminhados às unidades básicas de saúde. As amostras colhidas nas 92 cidades do Estado do Rio são enviadas ao laboratório da APAE Rio, que realiza de 10 a 12 mil exames por mês, com capacidade de detectar até 54 doenças.
A análise começa com a picotagem do papel-filtro com o sangue e segue em equipamentos de última geração, totalmente automatizados. Os testes são realizados em até 24 horas após a entrada da amostra e os resultados ficam prontos em poucos minutos. Em 2023, Angra dos Reis, Volta Redonda, Barra Mansa, Resende e Três Rios foram os municípios do Sul Fluminense que mais enviaram amostras.
A programação da Expo VR segue até este domingo (3), com atrações gratuitas para todas as idades. Mais informações estão disponíveis no site www.expovr.com.br.
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