Queimados está fora do ranking das 20 cidades mais violentas do Brasil pela primeira vez em anos

Redação
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Após anos figurando entre os municípios mais violentos do país, o município de Queimados, na Baixada Fluminense, alcançou uma marca histórica. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta semana, revelou que a cidade ficou de fora do ranking das 20 cidades mais violentas do Brasil. Esta é uma mudança significativa para um município que, em 2016, ocupava o vergonhoso primeiro lugar dessa lista. Agora as forças de segurança do município visam um novo ranking: estar entre as mais seguras do estado.

A saída do ranking não aconteceu por acaso. Desde de 2020, a Prefeitura de Queimados vem liderando um esforço conjunto com as forças de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e agentes de segurança pública) para transformar a realidade do município. Com ações integradas de patrulhamento, operações conjuntas e um trabalho permanente de inteligência, a cidade começou a dar passos firmes rumo à segurança.

O prefeito Glauco Kaizer destaca que o resultado é fruto de um trabalho coletivo e persistente. “Não foi uma vitória fácil. Mudamos estratégias, investimos em prevenção e não medimos esforços para proteger nossa população. Mostramos que, quando há vontade política e trabalho sério, é possível mudar a história de uma cidade. Hoje, atuamos fortemente em parceria com o 24ºBPM e a 55ª DP. As forças de segurança pública têm na prefeitura um braço forte contra a criminalidade”, afirmou.

Um passado de medo e mortes

Em 2016, Queimados liderava o indesejado ranking nacional, com uma taxa alarmante de 134,9 homicídios por 100 mil habitantes, a maior do Brasil naquele ano. A cidade convivia diariamente com a violência extrema, consequência de disputas entre facções criminosas, territórios dominados por tráfico e milícias, e uma série de problemas estruturais. Já nos números de 2019, Queimados ainda figurava entre as cinco cidades mais violentas do território nacional (taxa de 115,6 mortes violentas para cada cem mil habitantes).

Os resultados começaram a aparecer. Em 2022, a cidade caiu para a 17ª posição no ranking da violência, com uma taxa de aproximadamente 58,4 homicídios por 100 mil habitantes (uma redução de mais de 56% em relação a 2016). Em 2023, a queda foi ainda mais significativa: o número de homicídios dolosos caiu para 52. Mesmo longe de ser um paraíso, Queimados avança gradativamente em busca de paz para seus moradores e o Anuário de 2024 confirmou a tendência de queda e Queimados finalmente saiu da lista das 20 cidades mais violentas do Brasil.

Números devem melhorar ainda mais

Fora da lista das 20 cidades mais violentas do Brasil, Queimados agora mira um novo ranking: estar entre as mais seguras do estado do Rio de Janeiro nos próximos anos. Para isso, a cidade se prepara para implantar um moderno sistema de monitoramento por câmeras, que ampliará a capacidade de vigilância e auxiliará as forças de segurança na prevenção de crimes em tempo real. No total, serão 700 câmeras espalhadas por todos os bairros contando com leitura de placas e reconhecimento facial. A cidade também fará a aquisição de dois drones de monitoramento que ampliarão a vigilância em tempo real e fortalecerá ainda mais o combate à criminalidade.

Os números do ISP (Índice de Segurança Pública), por exemplo, mostram que, nos quatro primeiros meses de 2025, o município da Baixada reduziu os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais em 68% (comparado ao mesmo período de 2024. Os casos de Homicídio doloso caíram 65%. Ainda de acordo com o levantamento houve quedas significativas nos registros de roubos em geral (-32,85), estupro (32,8%) e furtos a transeuntes (-61%). Estes dados trazem uma expectativa de melhora ainda maior nos próximos levantamentos.

Para o secretário de Segurança, Felipe Laureano, o resultado é uma prova de que é possível transformar uma cidade com trabalho sério, planejamento e vontade política. “Quando assumimos a gestão, sabíamos que seria um desafio imenso, mas não aceitávamos que nossa cidade continuasse sendo lembrada pela violência. Investimos em segurança, em urbanização. Saímos do topo do ranking mais violento e agora queremos ser referência pelas nossas conquistas, pelo nosso desenvolvimento”, afirmou.
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