Tragédia na Via Light: Identificado homem morto por linha chilena na Baixada; ele festejava título do filho

Redação
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A tarde de domingo (4) foi marcada por uma tragédia na Via Light, na altura de Nilópolis, na Baixada Fluminense. O pintor Jorge Luiz da Silva, de 38 anos, morreu após ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto pilotava sua motocicleta. A esposa dele, que estava na garupa, não se feriu fisicamente, mas está em estado de choque.

O casal retornava para casa, no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu, após assistir a um campeonato de futebol de um dos filhos. Segundo relatos de familiares, o dia que era de lazer se transformou em luto. “Hoje minha família está de luto por conta dessa linha chilena”, desabafou uma parente.

O acidente, ocorrido por volta das 16h, chocou amigos e familiares, que usaram as redes sociais para lamentar a morte e clamar por justiça. Eles estavam festejando o título do filho pelo clube Madureira, quando voltavam para casa.

Um amigo do pintor, que seguia em outra motocicleta logo atrás, também foi atingido pela linha, sofrendo um ferimento superficial no pescoço. Ele foi atendido na UPA do Cabuís e liberado.

Perigo Cortante e Ilegal

A “linha chilena”, assim como o cerol, é um material extremamente perigoso, com poder de corte intensificado pela mistura de pó de quartzo e óxido de alumínio. No estado do Rio de Janeiro, a comercialização, o porte e o uso desses materiais são proibidos por lei (Lei Estadual nº 7.784/17, alterada pela Lei nº 8.478/19), que prevê multas e até detenção para os infratores.

Apesar da proibição, o uso de linhas cortantes continua a causar acidentes graves e fatais, especialmente entre motociclistas. A Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) estima que ocorram mais de 500 acidentes por ano no Brasil relacionados a linhas de pipa com cerol ou do tipo chilena.

O caso da morte de Jorge Luiz da Silva foi registrado na 53ª DP (Mesquita). A perícia foi realizada no local do acidente e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. A Polícia Civil está realizando diligências para apurar os fatos e identificar o responsável por soltar a pipa com a linha assassina.

Autoridades e associações de motociclistas reforçam a importância de medidas de proteção para quem anda de moto, como o uso da “antena corta-pipa”, um dispositivo simples instalado no guidão, e de protetores de pescoço.

A população também pode colaborar denunciando a venda e o uso de linha chilena e cerol através do Disque Denúncia (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.

Até o momento, não há informações sobre o enterro do pintor. A família, abalada, recebe o apoio de amigos e da comunidade, todos unidos na dor e na esperança de que a morte de Jorge não seja apenas mais uma estatística e que medidas mais eficazes sejam tomadas para coibir essa prática criminosa.
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