Um domingo que deveria ser de lazer terminou em tragédia na Baixada Fluminense. O pintor Jorge Luiz da Silva Marciano, de 38 anos, morreu na tarde deste domingo (3) após ser atingido por uma linha chilena enquanto pilotava sua motocicleta na Via Light, na altura da saída para Nilópolis, no limite com o município de Mesquita. A vítima teve o pescoço fatalmente cortado.
O acidente ocorreu por volta das 16h30. Segundo informações, Jorge Luiz retornava de uma confraternização com a esposa na garupa de sua moto. Ela não se feriu. Um amigo do casal, que os seguia em outra motocicleta, também foi atingido pela linha, sofrendo um ferimento superficial no pescoço. Ele foi atendido na UPA do Cabuís, em Nilópolis, e liberado em seguida.
O Corpo de Bombeiros do quartel de Ricardo Albuquerque foi acionado, mas ao chegar ao local, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já prestava os primeiros socorros. Infelizmente, Jorge Luiz não resistiu à gravidade do ferimento e morreu no local, antes mesmo de poder ser conduzido a um hospital.
A área foi isolada para o trabalho da perícia da Polícia Civil. Restos da linha chilena foram encontrados no asfalto. O corpo do pintor foi removido e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu.
O caso foi registrado e está sendo investigado pela 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita), que busca identificar o responsável por soltar a pipa com a linha cortante que causou a morte do motociclista.
Perigo constante e crime
A morte de Jorge Luiz da Silva Marciano reacende o alerta para o perigo constante representado pelo uso de linhas cortantes, como a chilena e o cerol, em áreas urbanas e vias expressas. A linha chilena, composta por quartzo moído e óxido de alumínio, possui um poder de corte quatro vezes maior que o cerol tradicional, representando uma ameaça letal para motociclistas, ciclistas e até mesmo pedestres.
No estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual nº 8.478/2019 proíbe a fabricação, a comercialização e o uso de cerol e qualquer tipo de material cortante em linhas de pipas. A legislação prevê multa para quem for flagrado utilizando o material. A posse e a venda também são consideradas crimes, com pena de prisão.
Dados do Disque Denúncia revelam a persistência do problema. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, foram registradas 366 denúncias sobre o uso e a venda de cerol e linha chilena no estado. Em todo o ano de 2024, foram 549 registros.
A tragédia deste domingo se soma a outros casos fatais. No final de maio, outro motociclista, Auriel Missael Henrique, de 41 anos, morreu em circunstâncias semelhantes na Linha Vermelha, em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense.