Presidente dos EUA anuncia tarifa de 50%, mas lista com quase 700 exceções livra principais exportações brasileiras; medida tem tom político e crítica pesada a Moraes e Lula
Em mais um capítulo de sua guerra política internacional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (30) uma tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros — que, somada à já existente, eleva a taxa total para 50%. A decisão parecia um duro golpe à economia brasileira, mas na prática, o “tarifaço” perdeu força: Trump arregou e publicou uma extensa lista de 694 exceções, livrando do impacto alguns dos principais produtos exportados pelo Brasil para o mercado americano.
Ficaram de fora da taxação setores estratégicos como suco de laranja, celulose e aeronaves da Embraer, o que aliviou o temor de represálias econômicas mais pesadas. Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a decisão surpreendeu: “Muita coisa foi incluída nas exceções, ninguém imaginava isso. Surpreendeu favoravelmente o Brasil”.
Ainda assim, produtos como café e carnes sentirão o impacto direto da nova tarifa. Segundo o decreto, a medida entra em vigor em sete dias.
O teor do documento vai muito além da economia. A ordem executiva, assinada por Trump, ataca duramente o governo Lula e acusa o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de promover censura, perseguição política e até de afetar negócios de empresas americanas no Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro é citado como vítima de “violações de direitos humanos”.
Trump também acusa o governo brasileiro de tentar coagir redes sociais a censurar conteúdos políticos e proteger “aliados corruptos”. No fim, o decreto soa mais como campanha eleitoral e recado político — com alvos bem definidos — do que como política econômica de fato.
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