A médica-cirurgiã de cabeça e pescoço, Thais Valente, integra a equipe de profissionais do Hospital Geral Dr. Beda, em Campos dos Goytacazes. Ela participa do Julho Verde, mês dedicado ao combate e prevenção do câncer. Este tema é destaque na reportagem desta semana do J3News (leia aqui). Nesta entrevista, a médica detalha a importância da informação e dos cuidados em relação à doença.
Como cirurgiã de cabeça e pescoço, o que você destacaria neste 27 de julho de 2025 sobre ações preventivas e combate à doença?
A campanha deste ano tem justamente o tema: “Conhecimento salva vidas”. Acredito que o mais importante é divulgarmos o papel da especialidade e informar as pessoas sobre quais são essas doenças, seus principais fatores de risco e quando procurar ajuda. Dessa forma, conseguimos trazer uma maior consciência à população, evitando casos de doença avançada.
Como você observa os casos relacionados à doença? Eles têm crescido, se mantido ou diminuído? Poderia fazer um comparativo?
R: Os casos de câncer de cabeça e pescoço têm crescido anualmente. Para o triênio de 2023 a 2025, espera-se mais de 400 mil casos no Brasil. Observamos, principalmente, o aumento dos casos de câncer de orofaringe relacionados ao HPV, algo que anteriormente não víamos com tanta frequência. Com isso, cada vez mais pacientes jovens são acometidos.
Como analisa os tratamentos atuais em relação à doença, além de procedimentos cirúrgicos?
O tratamento do câncer de cabeça e pescoço pode ser realizado através de cirurgia, seguida ou não de rádio e quimioterapia, ou apenas com rádio e quimioterapia. Isso depende muito da localização da doença e do estadiamento (se é inicial ou avançado). Cada vez mais dispomos de técnicas cirúrgicas modernas, como a plataforma robótica, reconstruções microcirúrgicas e materiais de última geração. Isso também se estende ao surgimento dos imunoterápicos e a aparelhos modernos de radioterapia.
O que a população leiga precisa atentar sobre prevenção e combate ao câncer de cabeça e pescoço?
A informação é sempre a melhor forma de combate ao câncer. Precisamos levar conhecimento para que as pessoas reconheçam qualquer sinal precoce da doença e procurem um especialista em cirurgia de cabeça e pescoço. Lembrando que, quando os casos são descobertos no início, as chances de cura ultrapassam 90%.
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