RIO DE JANEIRO – Celebrado no dia 31 de julho, o Dia Mundial do Orgasmo reacende um tema ainda cercado por tabus: o prazer feminino. Criada em 1999, a data vai além do erotismo e propõe uma reflexão sobre sexualidade, autoconhecimento e liberdade íntima. Este ano, Renata Frisson, a Mulher Melão, virou o rosto da campanha mais espontânea: “Quem goza é muito mais feliz. Vou passar o dia praticando”, disparou.
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A declaração da funkeira viralizou nas redes e impulsionou a discussão em torno do direito ao prazer. “Aconselho todas as mulheres a fazerem o mesmo, se soltarem e descobrirem como é gostoso sentir prazer”, disse. Melão ainda enfatizou que, para alcançar o clímax, não é necessário ter parceiro: “Tenho brinquedinhos incríveis e uso bastante. O importante é não deixar de gozar.”
A ginecologista Ana Paula Noronha endossa o discurso de empoderamento sexual: “O orgasmo feminino depende de estímulo em zonas erógenas como clitóris, mamilos e a cavidade vaginal. Existem diferentes tipos: clitoriano, vaginal e até neurológico. E sim, muitas mulheres relatam vontade de chorar de prazer quando o orgasmo é profundo”.
Ainda segundo a médica, o maior bloqueio para muitas mulheres está no desconhecimento do próprio corpo. “Mulheres que se conhecem têm mais facilidade em atingir o orgasmo. O problema é que muitas não se tocam, não se desejam, acreditam que o prazer depende do outro. Isso é reflexo de uma sociedade machista, que nega o direito da mulher ao próprio prazer.”
A profissional defende a masturbação como ferramenta fundamental para o autoconhecimento. “Masturbação é vida! É uma forma de descobrir o que dá prazer e de se preparar para relações mais intensas e conectadas. Indico para todas as minhas pacientes.”
A atriz Carolina Dieckmann, inclusive, já protagonizou o tema na ficção. Em “Vale Tudo”, sua personagem Leila descobriu que prazer e orgasmo eram coisas distintas após se envolver com Marco Aurélio (Alexandre Nero), em uma das cenas mais comentadas da novela.
O debate sobre prazer feminino avança, mas ainda encontra resistência. Enquanto Mulher Melão celebra o próprio corpo com naturalidade, milhares de brasileiras enfrentam repressão, vergonha ou desconhecimento. Para especialistas, romper com essas barreiras é essencial para uma vida sexual saudável e plena.
Celebrar o Dia do Orgasmo é, acima de tudo, um ato de libertação. Seja sozinha ou acompanhada, o importante é que toda mulher saiba: o prazer é seu por direito.
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