A crise política em Itaguaí ganhou novos desdobramentos com o anúncio do reforço na segurança do prefeito Rubem Vieira (Podemos). Pelas redes sociais, Dr. Rubão informou que o Governo do Estado enviou à cidade o novo comandante do 24º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Maia. A ação articulada entre o governador Cláudio Castro e o comandante-geral da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
A medida tomada representa, segundo ele, “não apenas um gesto de proteção à minha integridade, mas, acima de tudo, uma medida concreta para garantir a segurança de todos os itaguaienses”, publicou. Embora a movimentação fosse apresentada como uma resposta à crise institucional, a população não reagiu bem.
Medida criticada
O reforço policial ocorreu em meio a uma crescente sensação de insegurança relatada por moradores de bairros como Jardim América, Carvão, Sem Terra e Vila Geny. Nas últimas semanas, houve registro de tiroteios, aumento da presença de grupos armados e episódios de violência urbana.
A reação do público não foi de alívio, mas de desconfiança. Muitos moradores questionaram a motivação da resolução. Comentários nas redes cobraram ações mais amplas para além do entorno do prefeito. Uma internauta disse: “… Lamentável ver que o senhor precisou passar por isso para a cidade ter mais segurança.”
Outros contestaram: “Então a segurança só virou prioridade quando a vida dele foi ameaçada?” “Enquanto a cidade enfrenta assaltos, tiroteios e extorsões, basta um áudio para mandar um batalhão só pra ele?”, perguntaram.
Semelhante, um questionamento unânime é se o chefe do Excutivo vai olhar com cuidado e salvaguardar a população, não apenas do Centro, mas nos bairros perífericos. Uma moradora chegou a cobrar mais atenção à segurança no Sem Terra. “Que bom, prefeito. Acabei de ouvir um tiroteio perto do Sem Terra. Manda reforços”, disse.
Uso político do episódio
Junto ao anúncio da segurança, Rubão recebeu apoio do presidente estadual do Podemos, Filipe Pereira. Em nota oficial, o dirigente disse que os áudios configuram um “ataque à democracia e à vontade popular”. A legenda publicou mensagens em tom eleitoral. “Rubão, você não está sozinho”, escreveu Filipe.
A população também viu a publicação como uma tentativa de transformar o episódio em ganho político. “Quanta maquiagem, Rubão. Você destruiu tantas vidas”, comentou uma moradora indignada. Outro disse: “Engraçado, só a vida dele importa”.
As críticas também mencionam o atraso no pagamento de servidores, o cancelamento de contratos e a dificuldade de acesso a serviços básicos. Há cobranças por mais transparência e menos manobras de bastidores.
Declaração de Haroldinho
Em nota de esclarecimento enviada à reportagem do Jornal Atual, o presidente da Câmara, Haroldinho (PDT), afirmou que a realidade dos fatos está distorcida. Afinal, a polêmica da segurança aparentou proteção à integridade do prefeito após áudios divulgados pelo Metrópoles há dois dias.
“As falas atribuídas a mim foram editadas e reunidas fora de contexto”, disse. Haroldo Jesus ainda afirmou que nunca participou, nem participaria, de armações ou práticas ilegais contra qualquer pessoa. “Minha conduta sempre foi pautada pela ética, pela legalidade e pelo compromisso com a população de Itaguaí.” Além disso, o presidente da Câmara garantiu que o legislativo seguirá com responsabilidade em seu papel democrático e transparente.
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