Fim da concessão da BR-393 deixa motoristas sem socorro mecânico e médico

Redação
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Foto: Divulgação

Sul Fluminense – Os motoristas que trafegam pela BR-393, a Rodovia do Aço, amanheceram nesta terça-feira (10) sem acesso a serviços essenciais como atendimento médico de urgência, socorro mecânico, guinchos e inspeção de tráfego. A paralisação ocorre após o encerramento abrupto da concessão da via pela concessionária K-Infra Rodovia do Aço S.A., que operava o trecho de 182,5 km entre os municípios de Volta Redonda (RJ) e Além Paraíba (MG).

A interrupção dos atendimentos ocorreu às 6h30, quando equipes da K-Infra foram retiradas das praças de pedágio e bases operacionais por determinação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que assumiu a administração da rodovia após decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do Ministério dos Transportes.

Com isso, foram desativadas cinco ambulâncias, uma UTI móvel, sete guinchos, caminhões-pipa, quatro veículos de inspeção e cinco unidades de atendimento ao usuário. Segundo a K-Infra, os serviços eram oferecidos 24 horas por dia e realizaram mais de 45 mil atendimentos apenas em 2024.

A decisão que formaliza a caducidade da concessão foi publicada no Diário Oficial da União na semana passada, com base no Decreto nº 12.479/2025. De acordo com o Ministério dos Transportes e a ANTT, a medida se deu após processo administrativo que apontou falhas na manutenção da via, atrasos em obras e descumprimento contratual por parte da concessionária.

O governo federal afirma que a medida busca garantir a segurança viária e dar continuidade ao processo de reestruturação da estrada. O DNIT ficará responsável pela administração do trecho até que novo processo de licitação seja realizado. A cobrança de pedágio está suspensa.

Em nota, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a medida reflete “o compromisso com a fiscalização rigorosa dos contratos de concessão e com o interesse público”. Segundo ele, o processo garantiu ampla defesa à empresa.

A K-Infra, no entanto, contesta a legalidade da caducidade e afirma que ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa alega que não teve oportunidade de apresentar adequadamente sua defesa e que os problemas apontados pelas autoridades são, em sua maioria, herdados da antiga concessionária, que operou a via entre 2008 e 2018.

“A decisão ignora os avanços feitos nos últimos anos. Apresentamos um plano de modernização da rodovia, com R$ 1,6 bilhão em investimentos, que sequer foi analisado”, afirmou a empresa em comunicado. Ainda segundo a K-Infra, 96% das sanções acumuladas no contrato referem-se a passivos anteriores à sua gestão.

A concessionária também aponta que a retirada imediata das equipes foi feita sem protocolo de transição, o que compromete a segurança dos usuários. “O suporte foi encerrado subitamente, sem estrutura de substituição visível. Isso coloca em risco motoristas, pedestres e moradores das cidades cortadas pela BR-393”, diz a nota.

A rodovia é estratégica para o escoamento de cargas e o tráfego regional no sul do estado do Rio de Janeiro, especialmente nos municípios de Volta Redonda e Três Rios. Ela também é ligação importante com o estado de Minas Gerais, conectando-se à BR-116 (Via Dutra).

A ANTT orienta que os motoristas estejam atentos à sinalização e a possíveis mudanças no tráfego, principalmente nas áreas onde havia pedágio. Ainda não há previsão de quando os serviços de apoio aos usuários serão retomados.

O Ministério dos Transportes não se manifestou até a publicação deste texto. A ANTT informou que acompanha a transição e que o DNIT já está at

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